domingo, 29 de agosto de 2010

O HOMEM SEM SORTE


- Ai moço! Já faz muito tempo que estou sentindo um calor em minhas raízes. Mas um calor tão forte, mas tão forte que este me matando seu moço. Será que o senhor poderia me ajudar?

- Ara! Má num posso não dona árvre. Cuntece que tenho di incontrá o Sinhô Deus Criado, pra mor de sabê dele o pruquê di eu num tê sorte na vida i num posso Pará cum a minh procura, sô!

- Está bem, moço. Mas já que o senhor vai ter com o Senhor Deus Criador, poderia perguntar a ele o porquê de eu estar sentindo esse tamanho calor em minhas raízes?

- Má é craro dona árvre...

E ele seguiu em sua busca.

Fazendo um ano e vinte dias que o Homem Sem Sorte procurava por Senhor Deus Criador, encontrou entre lindos jardins, uma casa muito bonita, toda adornada em ouro e pensou:

- Ára, má qui casa bunita,sô! Uma casa Bunita anssim, só pode sê a cãs do Sinhô Deus Criado.

Decidido, certo de que havia encontrado a morada do Senhor Deus Criador, o homem bateu na porta.

Logo ouviu a fechadura e em seguida a porta se abriu.

À porta, o Homem Sem Sorte viu a mulher mais bonita de todo o mundo:

- Pois não, senhor?

- Ara! Mais aqui num é a morada do Sinhô Deus Criado?

- Não senhor. Aqui moro eu, apenas.

- Intonce vô tê qui continuá buscano, ara!

- Mas antes o senhor não gostaria de entrar e tomar um refresco?

- Num sei. É qui to cum bucado di pressa, num sabe?

- Acontece que acabei de fazer uma laranjada deliciosa e...

- É. Acho qui Tuma uma laranjada vai inté aliviá u peso da viagem.

O homem entrou na casa por um momento e enquanto se refrescava com a laranjada, a moça lhe falou de suas dores:

- Ai moço! De uns tempos para cá, tenho sentido uma dor tão grande no peito. Um vazio tão imenso, que me tira a fome, a alegria... Será que o senhor não podia me ajudar a curar essa dor?

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