segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O POTE DA PERSEVERANÇA E A LUZ DA ESPERANÇA



Certa vez, ouviu-se falar de um monge que vivia lá no topo do Monte Fuji. Diziam que aquele era o mais sábio dos sábios e que o poder do sacerdote, era capaz de resolver todo e qualquer problema e realizar todo e qualquer desejo. Mesmo o mais sério problema e até o mais fugaz dos desejos. 

Então o homem mais rico daquelas terras decidiu:

- Irei ter com tal monge e ele me fará o homem mais rico de todas as terras...

O mais poderoso general daquelas terras, que estava ao lado do homem rico também falou:

- Pois também, eu, irei ter com o tal monge e ele me fará o homem mais poderoso de todas as terras...

O mais humilde dos servos, que também os acompanhava disse:

- Pois estando eu, na vossa companhia e se, apesar de minha insignificância, me for permitido estar com o monge, lhe pedirei para que ilumine e dê a minha família paz e a certeza de que nunca lhes faltará o que lhes for necessário para viver.

Assim os três homens seguiram caminho, em busca daquele que era o mais sábio entre os sábios e o mais poderoso monge, capaz de resolver o mais sério problema e realizar mesmo o mais fugaz dos desejos.

Ainda no caminho, o homem rico queixou-se de fraqueza e cansaço e ordenou ao servo que o carregasse em suas costas. Este, na humildade de sua singela existência, não questionou e fez o que lhe era ordenado, levando o homem rico montado em suas costas, por toda a difícil subida ao topo do Monte Fuji.

Lá chegando, encontraram o velho sábio sentado à observar a fumaça soprada pelo ventre da montanha.

O homem rico foi logo se adiantando, saltando das costas do servo:

- Ouvi dizer que és o mais sábio e poderoso, capaz de resolver qualquer problema e realizar qualquer desejo, pois então vim para que façais de mim o mais rico de todas as terras...

O general, nem mesmo esperou que o homem rico terminasse de falar e já foi dando ordens:

- Pois eu quero que me torne o homem mais poderoso de todas as terras e que o faça o quanto antes.

O servo se recolheu em sua humildade e nada disse.

O monge observou os três homens por um longo tempo e depois se pronunciou:

- Para conseguirem tudo o que desejam, deverão procurar pelas terras mais baixas de todas as terras. Lá descobrirão a mais profunda de todas as cavernas e dentro dela haverá um pote e uma lamparina. Com esse pote e essa lamparina, seus desejos serão atendidos de pronto.


Os três homens seguiram caminho e andaram por dias, andaram por meses e...

Em uma das terras por onde passaram, encontraram algumas terras vizinhas, que viviam em paz e sempre cooperavam umas com as outras. Apesar de terem perdido seus Reis e generais em guerras passadas, aprenderam a trabalhar juntos e conviver em perfeita harmonia, mas o general, que era a pessoa mais poderosa de suas terras não podia admitir um lugar onde não havia poder algum e todos eram iguais, então decidiu que ele seria o homem mais poderoso daquelas terras também.

Acontece que aquele povo não desejava comandar ou ser comandado e então prenderam o general onde ninguém o conseguiria libertar, até que ele aprendesse que o verdadeiro poder não está, nem pode ficar nas mãos de uma só pessoa, mas que deve pertencer a todos para que assim possam ser livres.

Não havendo o que fazer pelo general, os dois homens seguiram caminho, mas ainda na metade da jornada, o homem rico se queixou de fraqueza e cansaço e novamente ordenou que o servo o carregasse e este, na sua humildade, apenas, obedeceu.

Finalmente encontraram a caverna mais profunda, nas terras mais baixas do mundo. Entraram, ainda caminhara mais alguns dia caverna adentro e quando, enfim, avistaram o pote e a lamparina, o homem rico desceu das costas do servo em um salto e correu para conferir o que havia no pote, mas...

O pote estava vazio.

Com a mesma vivacidade, pegou a lamparina. Olhou-a por dentro e por fora, esfregou, virou-a de ponta-à-cabeça e...

Nada aconteceu. Sem azeite, a lamparina se quer se acendeu.

O homem rico, muito decepcionado, bradou furioso:

- Aquele velho estava apenas a rir-se de meus desejos! Pois sim. Irei novamente ter com ele e verá do que sou capaz, com toda a minha riqueza...

Furioso, o homem rico acabou por se perder entre os longos e inúmeros túneis da caverna e nunca mais retornou para suas terras e suas riquezas.

Quanto ao servo, logo que percebeu que o homem rico não retornaria com ele, pegou o pote e a lamparina. Depois se colocou a caminho do Monte Fugi para ter com o monge.

Encontrou o velho sábio sentado da mesma forma que antes e ele falou:

- Então trouxeste o vaso e a lamparina! Mas afinal, qual é o seu desejo?

Humildemente, o servo respondeu:

- Há meu senhor! Apenas desejo que forças superiores iluminem e dêem a minha família paz e a certeza de que nunca lhes faltará o que lhes for necessário para viver.

O monge, mais uma vez, o observou em silêncio e depois lhe falou:

- Pois não tenha dúvida de que forças superiores te iluminam todos os dias e que nunca faltarão aos seus  a luz e todo o necessário para  viver, pois trouxeste e nunca deixará de levar consigo, o vaso da perseverança e a luz da esperança, que te guiaram e a todos os seus que seguirem seus passos e nunca permitiram que lhes falte algo na vida.

MARIA HELENA CRUZ
http://ayram-contosfadas.blogspot.com


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