HOMENAGEM AO ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE JUIZ DE FORA
"Viva a princesa de minas
Viva a bela Juiz de Fora
Que caminha na vanguarda
Do progresso a estrada a fora
Das cidades brasileiras
Sendo a mais industrial
Na cultura
E no trabalho
Não receia outra rival”
(***)
AQUELE DIA, NA ESCOLA, A PROFESSORA SÓ FALOU DE JUIZ DE FORA.
JUIZ DE FORA NOS TEMPOS DOS ÍNDIOS, QUANDO ERA SÓ TAPERA.
JUIZ DE FORA DOS BANDEIRANTES, DO CAMINHO NOVO, JUIZ DE FORA DO JUIZ DE FORA E JUIZ DE FORA DO AGORA...
ACABOU QUE O MENINO, NAQUELA NOITE, TAMBÉM SÓ PENSAVA EM JUIZ DE FORA.
QUANDO O SONO O SONO VEIO, O CÉU DOS SONHOS DO MENINO SE ENCHEU DE ESTRELAS E NO MEIO DESSAS ESTRELAS, FOI SE FORMANDO AQUELA TAPERA E DE REPENTE O MENINO ESTAVA LÁ. PERTO DE UMA TRIBO DE PURIS.
DE TRÁS DE UMA “MOITA”, O MENINO OLHAVA AS ÍNDIAS COZINHANDO ALGUMA COISA EM UM GRANDE CALDEIRÃO DE BARRO, ENQUANTO OS ÍNDIOS, COM A CARA PINTADA, DANÇAVAM E CANTAVAM EM VOLTA DA FOGUEIRA.
O MENINO VIU OS ARCOS, AS FLECHAS E AS LANÇAS USADAS PELOS ÍNDIOS GUERREIROS E TEVE VONTADE DE IR ATÉ LÁ, LANÇAR UMA FLECHAZINHA SÓ. SÓ PARA VER COMO É QUE ERA, MAS SENTIU SUAS PERNAS ENDURECEREM QUANDO ALGUÉM ENCOSTOU UMA MÃO EM SEU OMBRO.
VIROU-SE E VIU UM INDIOZINHO, QUE LHE PERGUNTOU:
- VOCÊ COVARDE OU VALENTE?
O MENINO REUNIU O POUCO DE CORAGEM QUE TINHA E RESPONDEU:
- EU SOU VALENTE. MUITO VALENTE, MESMO!
O INDIOZINHO CONTINUOU:
- MUITA SORTE! QUANDO TE PEGAREM, VÃO TE COMER...
O MENINO SE ASSUSTOU:
- ME COMER!!!
E O INDIOZINHO FALOU SEM O MENOR ESPANTO:
- É! QUANDO PEGAM GUERREIRO VALENTE E SABIDO, ELES COMEM PARA FICAR MAIS VALENTE E MAIS SABIDO...
O MENINO COMEÇOU A TREMER DE MEDO:
- VOCÊ... VOCÊ VAI ME ENTREGAR PARA ELES???
- NÃO, EU NÃO. MAS É MELHOR VOCÊ SAIR DAQUI LOGO...
- AH, NÃO! NÃO QUERO IR AGORA! QUERO ATIRAR UMA FLECHA DE PURIS...
O MENINO DEIXOU A MOITA E O INDIOZINHO PARA TRÁS E SE APROXIMOU DE ONDE ESTAVAM OS ARCOS E AS FLECHAS.
PÉ ANTE PÉ, ELE ALCANÇOU UM ARCO, MAS QUANDO IA PEGAR UMA FLECHA, FOI AGARRADO PELOS ÍNDIOS.
O MENINO TENTOU SE SOLTAR DE TODO O JEITO, MAS QUAL NADA! QUANDO DEU POR SI ESTAVA DENTRO DO CALDEIRÃO.
ELE DEU UM GRITO BEM ALTO E FECHOU OS OLHOS...
QUANDO OS ABRIU PARA SABER O QUE ESTAVA ACONTECENDO, SE VIU NA GARUPA DE UM CAVALO E O HOMEM QUE GUIAVA O TAL CAVALO, SE PARECIA MUITO COM OS BANDEIRANTES QUE A PROFESSORA MOSTROU NAS GRAVURAS DE UM LIVRO.
O CAVALO SE APROXIMAVA DE UM RIO DE ÁGUAS ESCURAS.
O MENINO OUVIU ALGUÉM, QUE TAMBÉM ACOMPANHAVA O BANDEIRANTE, DIZER QUE AQUELE ERA O RIO PARAIBUNA.
ELE SABIA QUE PARAIBUNA SIGNIFICAVA ÁGUA NEGRA E ACHAVA QUE O RIO TINHA ESSE NOME POR CAUSA DA SUJEIRA QUE ELE SEMPRE VIA, MAS QUE NADA!
AQUELE RIO PARAIBUNA ALI, NÃO TINHA UM SACO DE LIXO E NEM AQUELE CHEIRO QUE ELE JÁ CONHECIA, MAS MESMO ASSIM SUAS ÁGUAS ERAM ESCURAS. ESCURAS DE ÁGUA MESMO. EM SUAS MARGENS, HAVIA MUITO MATO, MAS NENHUM LIXO.
O MENINO QUIS OLHAR BEM DE PERTINHO, DE PERTINHO E...
OOOOPS! TCHIBUM!
CAIU NO RIO.
SÓ ENTÃO SE LEMBROU QUE NÃO SABIA NADAR. ELE BATEU TANTO AS PERNAS E OS BRAÇOS, QUE CONSEGUIU ALCANÇAR A MARGEM E QUANDO CHEGOU LÁ, ESTAVA TÃO CANSADO, QUE FECHOU OS OLHOS...
POUCO TEMPO DEPOIS, COMEÇOU A OUVIR UNS COCHICHOS:
- EU ACHO QUE ELE LEVOU UM COICE DE MULA...
- NÃO, NÃO, NÃO. ELE TEVE UM DESMAIO POR CAUSA DO SOL...
- ELE ESTÁ ACORDANDO... ELE ESTÁ ACORDANDO...
O MENINO ABRIU OS OLHOS E VIU DUAS CRIANÇAS EM CIMA DELE, COM OLHARES CURIOSOS.
SENTOU-SE E VIU QUE ESTAVA EM UMA RUAZINHA E OUTRAS TRÊS CRIANÇAS BRINCAVAM DE CORDA.
ELE PERGUNTOU QUE LUGAR ERA AQUELE E AS CRIANÇAS RESPONDERAM:
- ORA! ESSE É O POVOADO DE SANTO ANTôNIO DO PARAIBUNA, É CLARO!
- SANTO ANTÔNIO DO PARAIBUNA?!
O MENINO SE LEMBROU DE TER OUVIDO A PROFESSORA DIZER QUE JUIZ DE FORA, ANTES DE SE CHAMAR JUIZ DE FORA, ERA POVOADO DE SANTO ANTÔNIO DO PARAIBUNA.
DEPOIS QUE O MENINO SE LEVANTOU, AS CRIANÇAS O CONVIDARAM PARA BRINCAR E ELE PULOU CORDA, JOGOU BOLINHA DE GUDE, BRINCOU DE RODA E DE UM MONTÃO DE OUTRAS BRINCADEIRAS. MESMO SEM TELEVISÃO OU VÍDEO GAME, ELE SE DIVERTIU MUITO.
DEPOIS DE UM TEMPO, ELES PARARAM DE BRINCAR. UMA CARRUAGEM MUITO IMPONENTE SE APROXIMOU E O MENINO QUIS SABER:
- QUEM VEM VINDO?
UMA DAS CRIANÇAS RESPONDEU:
- É O JUIZ DE FORA. ELE VAI FICAR UNS TEMPOS EM SUA CASA, AQUI NO POVOADO PARA JULGAR ALGUNS CASOS E...
NESSE MOMENTO, ALGUNS HOMENS QUE ACOMPANHAVAM A CARRUAGEM, APONTOU PARA O MENINO E GRITOU:
- PEGUEM ELE... PEGUEM ELE. É UM TRAIDOR DA COROA!
E O JUIZ DE FORA CONCORDOU:
- VERDADE. ELE TEM, MESMO, CARA DE TRAIDOR DA COROA E EU O CONSIDERO CULPADO... LEVEM-NO PARA O RIO DE JANEIRO, PARA QUE O REI O EXECUTE...
E O MENINO FOI JOGADO DENTRO DE OUTRA DE UMA CARRUAGEM. QUANDO A CARRUAGEM SE PÔS A ANDAR, O MENINO OLHOU PELA JANELINHA E VIU UMA PLACA DIZENDO QUE ALI ERA O “CAMINHO NOVO”.
O MENINO FECHOU NOVAMENTE OS OLHOS E DENTRO DE SEU CORAÇÃO DO MENINO, ELE SE LEMBROU QUE JUIZ DE FORA UM DIA CRESCERIA E TUDO AQUILO QUE ELE ESTAVA VENDO SE TRANSFORMARIA TANTO! MAS COMO SERIA SE ELA SE TRANSFORMASSE UM POUCO DIFERENTE?
O MENINO PISCOU O OLHO BEM FORTE E ENTÃO ELE VIU UMA NOVA JUIZ DE FORA COMO NUNCA SE VIU ANTES.
O PROGRESSO HAVIA CHEGADO, MAS CHEGADO COM JEITO.
NO MEIO DE TODOS OS GRANDES PRÉDIOS QUE O MENINO ESTAVA ACOSTUMADO, HAVIA AS CASINHAS ANTIGAS. SEM LIXO ESPALHADO PELAS RUAS. ATÉ A CASA DO JUIZ DE FORA AINDA ESTAVA LÁ. NUNCA HAVIA SIDO DERRUBADA.
OS OLHOS DO MENINO PERCORRERAM TODA A CIDADE, COMO MÁGICA.
E O RIO PARAIBUNA?
O PROGRESSO TAMBÉM HAVIA CHEGADO POR LÁ, MAS APESAR DE ESTAR CERCADO POR SUAS COSTUMEIRAS AVENIDAS E ATRAVESSADO POR PONTES, SUAS MARGENS AINDA ESTAVAM CERCADAS DE MATO, QUE O MENINO SE LEMBRAVA DE A PROFESSORA TER DITO SER A MATA CILIAR.
LÁ TAMBÉM NÃO HAVIA LIXO JOGADO, E NENHUMA SUJEIRA BOIAVA NAS ÁGUAS DO RIO E O MENINO NÃO SENTIA NENHUM CHEIRO RUIM VINDO DO RIO COMO ELE SABIA QUE ACONTECIA NA JUIZ DE FORA MODERNA.
AS ÁGUAS ESTAVAM ESCURAS SIM, MAS ESTAVAM TÃO NEGRAS QUANTO QUANDO LHE COLOCARAM O NOME TUPI, O NOSSO PARAIBUNA E O MENINO FICOU MUITO FELIZ COM SUA NOVA JUIZ DE FORA E COMEÇOU A PULAR E A RODOPIAR TANTO, QUE FLUTUAVA NO AR.
LOGO, OUTRAS CRIANÇAS, TÃO FELIZES QUANTO ELE, SE JUNTARAM AO MENINO E O CÉU DESSA NOVA JUIZ DE FORA FICOU TODO ENFEITADO DE CRIANÇAS ALEGRES E DANÇANTES...
MAS ENTÃO O MENINO OUVIU UM CHAMADO:
- FILHO, ACORDA!
O MENINO TENTOU NÃO DAR ATENÇÃO, MAS OS CHAMADOS CONTINUARAM MAIS FORTES E O CÉU ONDE O MENINO RODOPIAVA E FLUTUAVA SE PÔS A TREMER:
- FILHO! ESTÁ NA HORA DE IR PARA A ESCOLA, SE VOCÊ NÃO SE APRESSAR, VAMOS CHEGAR ATRASADOS.
E O MENINO ACORDOU DE VOLTA A JUIZ DE FORA DE HOJE. OLHOU PELA JANELA E O SOL ILUMINOU O SEU ROSTO, POIS ELE SE LEMBROU DO PASSEIO QUE FEZ COM SEUS PAIS NO PARQUE DA LAGINHA E COMO FOI GOSTOSO PASSEAR POR ALGUMAS TRILHAS E DESCOBRIR PEQUENAS QUEDAS DE ÁGUA ENTRE PEDRAS. ELE QUASE ESCORREGOU TENTANDO ENTRAR NA PEQUENA CAVERNA DE ONDE A ÁGUA SAÍA, MAS O PAPAI O SEGUROU.
TIRARAM FOTOS LINDAS.
O MENINO SE LEMBRAVA DE UMA QUE ELE HAVIA GOSTADO MUITO.
EM UMA SÓ FOTO, A MAMÃE HAVIA CONSEGUIDO PEGAR O PRÉDIO NOVO, QUE ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO LÁ EM FRENTE. ALTO BONITO MODERNO E MAIS EM BAIXO, TODA AQUELA BELEZA DA NATUREZA, COM A LAGOA E A MATA. ELE SE LEMBROU QUE A JUIZ DE FORA DE HOJE, TAMBÉM ESTÁ CHEIA DE COISAS E LUGARES BONITOS.
A MÃE GRITOU OUTRA VEZ QUE ESTAVAM ATRASADOS PARA A ESCOLA E O MENINO TOMOU O CAFÉ BEM DE PRESSA E SE FORAM.
NO CAMINHO ELES SEMPRE PASSAVAM PELO PARQUE HALFELD E ELE SEMPRE PRECISAVA OUVIR AS BRONCAS DA MÃE, POIS NÃO CONSEGUIA DEIXAR DE CORRER ENTRE AQUELES BANCOS EM BAIXO DAS SOMBRAS DAS ENORMES ÁRVORES E DEPOIS CORRIA PARA AS AREIAS DO PARQUINHO E SUJAVA TODO O UNIFORME. ENQUANTO A MÃE DELE O PUXAVA PELO BRAÇO ELE AINDA ENCONTRAVA TEMPO PARA OLHAR OS PRÉDIOS ANTIGOS E SABIA QUE EM UM DELES FICAVA A CÂMARA MUNICIPAL, ONDE OS VEREADORES TRABALHAVAM.
O MENINO ADORAVA ESSAS COISAS. BRINCAR NA TERRA, CORRER ENTRE AS ÁRVORES... TANTO QUE SUAS AVÓS O HAVIAM PROMETIDO QUE NO DOMINGO O LEVARIA AO MUSEU MARIANO PROCÓPIO,ONDE A VOVÓ O LEVARIA AO “CASARÃO” E CONTARIA MUITAS HISTÓRIAS SOBRE OS OBJETOS ANTIGOS DE LÁ, ENQUANTO O VOVÔ TIRARIA UM COCHILO EM
UM DOS BANCOS DO JARDIM.
MAS O QUE O MENINO QUERIA MESMO ERA CORRER POR ENTRE AS SOMBRAS DAS ÁRVORES E PROCURAR POR PÉS CARREGADOS DE JABUTICABAS...
HUMMM!!!
O PASSEIO FICA MUITO MAIS GOSTOSO QUANDO ELE ENCCONTRA ALGUM PÉ CARREGADO DE JABUTICABAS...
JUIZ DE FORA NÃO É MESMO UMA “DELÍCIA” DE CIDADE??
ENTROU POR UMA PORTA, SAIU PELA OUTRA
E QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA.
(***)
“demos palmas
Demos flores
Aos encantos da princesa
Ela é rica de primores
Da poesia e da beleza
Das cidades brasileiras
Sendo a mais industrial
Na cultura
E no trabalho
Não receia outra rival”
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