sábado, 14 de agosto de 2010

BETO GAMBÁ E A GANGUE DAS DONHINHAS - para falar sobre bulyng com as crianças, de uma maneira lúdica -



Era uma vez um gambazinho muito tímido.

Na escola, mal falava.

Pela mata, mal andava.

Estava sempre só, quer dizer, nem sempre, pois sua única amiga era Gambita, a gambazinha que morava no Monte Pedregoso.

Ao contrário de Beto, Gambita estava sempre às voltas com todo mundo.

Forte, bonita e inteligente, agradava a todos e quando aparecia algum engraçadinho para caçoar de sua aparência, ou pior, de seu cheiro, Gambazita hora ignorava. Hora até ria de si mesma também e aí o zombeteiro perdia a graça e a deixava em paz...

QUE PENA QUE BETO NÃO ERA ASSIM!!!!

Beto havia se tornado um gambazinho triste, tímido e sozinho, justamente por causa da zombaria.

Mal chegava a algum lugar e a bicharada começava a torcer o nariz, a cochichar olhando para ele, a rir e apontar para o pobrezinho.

O gambazinho ficava tão triste, mas também com tanta vergonha, que não contava para ninguém.

Às vezes ficava tão triste, mas tão triste que não conseguia seguras suas lágrimas que desciam apressadas em se esconder na terra e aí os zombeteiros ficavam ainda mais contentes e orgulhosos de seus feitos.

Os piores zombeteiros, que não deixavam Beto em paz, eram as doninhas. Estavam sempre zombando do pobrezinho e em alto e bom som, até que um dia, só a zombaria falada não foi suficiente para divertir o bando e eles começaram a dar cascudos e petelecos em Beto Gambá enquanto zombava de seu cheiro.

Beto só tinha paz quando estava ao lado de Gambita, quando ninguém se atrevia em mal dizer um gambá.

Apesar de Beto não contar nada, Gambita, muito esperta, começou a prestar atenção nos olhares das doninhas para o gambazinho e no jeito que o pobre Beto ficava perto das doninhas.

No último dia de aula, a bicharada estava toda eufórica. Imaginando, planejando, falando sobre tudo o que fariam nas férias e a Gangue das Doninhas...:

- Turma, eu tenho uma idéia para divertir a escola inteira, para comemorar a chegada das férias. É assim, ó. Vocês chamam todo mundo lá pro campinho e...

Bem! Depois da última aula, do último dia de aula, Dado Doninha chegou perto do Beto com ares de amigo:

- E aí... Bem... Sabe como é... As férias estão aí... Bem, acontece que eu queria te pedir desculpas...

- Sério? Quer me pedir desculpas?!

- Claro! Você é muito legal e não tem nada a ver as brincadeiras que meus amigos fazem. Para selar nossa amizade, vamos até o campinho jogar bola...

- Oba! Vamos, vamos sim.

Eles foram... Chegando lá Dado passou bem no cantinho, ajeitou a bola no chão e disse:

- Agora fique na posição certa no gol que eu vou chutar, hein? Vai ser um gol de placa! HAHAHAHAHA!!!!!

POBRE BETO!

Ele, todo contente, correu para o gol... Dá para imaginar seus passinhos em câmera lenta, correndo para o centro entre as traves de galhos e...

...SPLOFT...

Quando o coitado se deu conta, estava dentro de um buraco, cheio de lama podre do Brejo Esquecido.

Para piorar, Beto ouviu uma tempestade de gargalhadas, vindo de toda a mata e logo toda a bicharada da escola saiu de trás das árvores. E estavam todos rindo e apontando para o pobre gambazinho:

- Não sabia que gambás podiam cheirar pior ainda!HAHAHAHAHA!!!!!!

A Gangue das Doninhas se aproximou e começou a dar petelecos e cascudos em Beto, provocando ainda mais gargalhadas da “platéia”.

Infelizmente para as doninhas, alguém convidou Gambita também e quando ela chegou e viu tal situação ela fez uma cara tão brava, mas tão brava...

Que toda a bicharada fugiu em carreira e quando a Gangue das Doninhas iam fugindo também, Gambita segurou Dado por seu pelo e o levou a Jacque Jaguatirica, o “guardador da lei e da ordem da mata:

- É! O que fizeram foi muito grave. Tem sorte que Dª. Onça está em viagem diplomática, mas eu já sei o que fazer com vocês...

Jacque Jaguatirica condenou toda a gangue a cuidar, todos os dias, da manutenção do Brejo Esquecido e assim, todos os dias, eles voltavam a mata mais fedidos que gambás.

Depois de tal lição, as doninhas entenderam que não tem graça nenhuma zombar dos outros, principalmente, não tem graça nenhuma quando as vítimas das zombarias somos nós e seu exemplo serviu para ensinar o mesmo a todo o resto da bicharada da mata.

FIM

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