segunda-feira, 21 de junho de 2010

O AUTO DO BOI ESTRELA



"O Auto do Boi" já é representado pela Escola Municipal José Cali Ahouagi há alguns anos e em variadas ocasiôes. O "Chico" e a "Catirina", quando apresentado nas dependências da escola, são sempre seguidos por mais dois ou três pequenos que provavelmente atuarão como estes personagens no futuro...

Você conhece
"O Auto do Boi"?


É mais ou menos assim:
(os diálogos bem matutos)

O Coronel, que é o dono da terra, do céu e de todas as boiadas,vem chegando e chama pelo preto "véio" Chico, seu empregado de confinça:
- Chico... Oh Chico...
- Qué qui foi seu Curoné?
- Chico, eu tenho qui í pro Piauí. Vê se cuida de tudo por aqui. Principarmente do Boi Estrela, cê sabe qui ele é meu boi preferido, hein!
- Tá certo Coroné, tá certo... Pode í trenquilo.

E o Coronel se vai, logo em seguida, entra Catirina com uma barriga de quem está prestes a ter nenê:
- Chico, oh homi venha cá... Ochi! Eu tô cum desejo de cumê lìngua de boi, Chico...
- Podi dexá, pode dexá que vô lá no currar buscá uma língua di boi pro cê...

Chico já vai saindo para cumprir o desejo da mulher quando...:
- Peraê, peraê, peraê Chico. É qui num é língua di quarqué boi nâo...
- Há não?
- Não. É desejo di cumê língua do Boi Estrela...
- Não, não... O boi preferido do patrão!
- Chico! Se ocê num me dé a lingua do Boi Estrela, nosso fio vai nascê cum cara di bezerro.
- Ah, isso é qui não! Fio meu num vai nascê cum cara di bezerro. Vô pegá a língua du Boi Estrela.

Chico vai até o boi, mas para arrancar sua língua, os dois travam uma luta e depois de algum tempo, Chico consegue egar a língua do boi, mas o animal cai morto. Catirina se aproxima e vê:
- Ocê matou u Boi Estrela Chico?

Nessa hora chega o Coronel, voltando do piauí em seu cavalo.
Chico e Catirina tentam esconder, mas o Coronel acaba vendo seu animal preferido caìdo e morto:

- Chico,Chico! Ocê matô meu boi, Chico? Ah mais agora eu vô é pegá ocê tamém... Vem cá seu Chico, vem cá...

Chico corre do Coronel e o Coronel corre atrás do chico, até que Catirina entra no meio da confusâo:
- Espera, espera,espera Coroné... Dê uma chance a Chico.

Ela insiste, insiste, até que o Coronel aceita dar uma chance ao Chico, entâo Catirina cochicha para que Chico fale ao Coronel, para chamar o veterinário salafralho, o Drº Pinico Branco, que chega logo:
(Ele pergunta e todos respodem)

- O que é isso? É uma girafa?
- Não.
- Intonce é um elefante?
- Não.
- Que que é isso intão?
- É um boi.
- I o qui aconticeu cum ele?
- Morreu.
- Intonce já sei o qui fazê! Vô le dá uma injeção di fazê boi morrido, vivê. Agora oceis tem qui contá inté dez, pro bicho vivê, hein?
- Um... Dois... Três... Quatro... cinco... seis... sete... oito... nove...DEZ...

E o boi balançou, quase levantou e... caiu mortinho outra vez. O Coronel ficou muito bravo e correu atrás do Drº Pinico Branco e depois, correu atrás do Chico outra vez e, outra vez, Catirina entrou no meio da confusão:
- Dê mais uma chance pru Chico seu Curoné... Só mais uma chance!
- Tá bão, tá bão... Mais é só mais uma chance, hein!

Catirina cochicha na orelha de Chico e eles gritam:
- Margarida de Colocó...

Chega Margarida de Colocó, uma curandeira muito poderosa, capaz de fazer até bicho morto viver:
- U qui aconticeu cum esse boi? Ah, já sei! Le arrancaru a língua... Me dê aqui essa língua. Vô colocá a lingua do bicho di vorta e ocêis, junto cumigo, vão dá três espirro...
- Atchim... Atchim... Atchim...

Todos gritam maravilhados:
-E o boi viveu!!!

"Vem meu boi bonito
Vem dançar agora
Já deu meia noite
Já rompeu a aurora...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GOSTOU? ENTÃO ME CONTA...